sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Trave

Alguma trave me mantém engasgado.
Não tem nome próprio,
nem gosto,
não tem forma de nada.
Fica assim oprimindo o peito,
que, suspirando,
empurra o coração para o lado direito
como se ele estivesse acaso incomodando.
Há que puxar essa massa pra fora,
socar-lhe a testa,
pisar-lhe o rabo.
Embalar tristeza é que não presta.
Se não a mando embora, então me acabo,
me alquebro,
termino definhando combalido.
Isso deve ter entrado de soslaio,
no balaio de um amor mal resolvido.
Flora Figueiredo

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