sexta-feira, 29 de maio de 2015

O avarento


Um avarento tinha enterrado seu pote de ouro num lugar secreto do seu jardim.
E todos os dias, antes de ir dormir, ele ia até aquele local, desenterrava o pote e contava cada moeda de ouro para ver se estava tudo lá.
Ocorre que, de tanto repetir aquelas viagens ao mesmo ponto, um ladrão, que já o observava há bastante tempo, curioso para saber o que o avarento estava escondendo, veio na calada da noite, e secretamente desenterrou o tesouro levando-o consigo.
Quando o avarento descobriu sua grande perda, foi tomado de aflição e desespero.
E caindo em prantos, Ele gemia e chorava, enquanto puxava os poucos cabelos que ainda lhe restavam, maltratados pela absoluta falta de cuidados.
Alguém que passava pelo local, ao escutar seus lamentos, quis saber o que acontecera.
Meu ouro! Todo meu ouro!” chorava inconsolável o avarento, “alguém o roubou de mim!”
Seu ouro! Ele estava nesse buraco? Por que você o colocou aí? Por que não o deixou num lugar seguro, como dentro de casa, onde poderia mais facilmente pegá-lo quando precisasse comprar alguma coisa?”
Comprar!” exclamou furioso o Avarento. “Você não sabe o que diz! Ora, eu jamais usaria aquele ouro. Nunca pensei de gastar dele uma peça sequer!”
Então, o estranho pegou uma grande pedra e jogou dentro do buraco vazio.
Se é esse o caso,” ele disse, “enterre então essa pedra. Ela terá o mesmo valor que tinha para você o tesouro que perdeu!”
Moral da história: uma coisa ou posse só tem valor quando dela fazemos uso.
Esopo, in Fábulas

Nenhum comentário:

Postar um comentário