domingo, 29 de abril de 2012

A borboleta

Foto: Elilson Batista

Essa borboleta permaneceu vários dias no meu quarto e, diferentemente da personagem de Memórias Póstumas de Brás Cubas, não senti nenhum repelão dos nervos e nem lancei mão de uma toalha para acertá-la.
Embora com janelas e porta aberta, ela teimava em ficar. A bela e enorme borboleta marrom estava condicionando os seus voos ao restrito espaço do quarto. Compadecido, coloquei-a numa sacola e soltei-a na rua em frente. Num voo oscilante, que só as borboletas têm, pousou em uma árvore do outro lado da rua: minha ação de bom menino estava concluída. 
Elilson José Batista

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