terça-feira, 27 de março de 2012

Duas flautas

Uma noite em que eu respirava o perfume das flores
À beira do rio,
O vento trouxe-me a canção de uma flauta distante.
Para responder-lhe, cortei um ramo de salgueiro
E a canção da minha flauta embalou a noite encantada.

Desde então, todos os dias,
À hora em que o campo adormece,
Os pássaros ouvem a conversa
De dois pássaros desconhecidos,
Cuja linguagem, no entanto, compreendem.

Li Po, poeta chinês. Tradução de Cecília Meireles.

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